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Bem Vindo ao Blog de Fco. Santos - PI
Mate a sua saudade da Nossa Terra

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terça-feira, 14 de setembro de 2010 2y4fh

Outro Trecho do Nosso Novo Livro de Francisco Santos - PI 3z2u4c


(N)O A R R A I A L

A N T O N I N O – P O L I C A R P E A N O

1. DA TERRA E Suas Românticas Origens

PICOS!

Esse o ponto de referência mais conhecido. Ali, em Picos, a encruzilhada. Marco zero, entroncamento rodoviário do sonho transamazônico dos milicos ditadores. Sonho falido no tocante à integração com a Amazônia.

Picos!

Ponto de encontro das correntes migratórias dentro do Nordeste. E de paragens mais distantes. E, por que não dizer, do Brasil inteiro? Ponto de encontro de arrivistas, especuladores, malfeitores, aventureiros - e de pessoas ditas de bem. Gente decidida a ganhar a vida. Gente que ajuda a fazer a grandeza da terra.

Picos!

Cidade-pólo da microrregião dos baixões agrícolas piauienses. Espécie de escoadouro de riquezas - e de misérias também -, localizado no centro-leste do Estado do Piauí. Guardadas as proporções, pode-se compará-lo ao Recife, do qual disse Gilberto Freire a mesma coisa.

Picos!

Sem desdouro, antes com muita honra e amor: és messe, benesse e quermesse - promessa e realização de todos. Seja dos próprios filhos, seja dos que ali chegam e fincam raízes. Porque a Terra é boa. E generosa. E dela todos se orgulham.

Picos!

Quantos lhe chegam e se deixam ir ficando? Que, de braços abertos, o forasteiro vai sendo acolhido. Ali, o tradicional e o novo vão-se acomodando, armando uma floresta de velhos e novos sobrenomes, a engendrar-lhe viço e vigor, de mistura ao barro, que lhe desce das encostas do morro; ao rio, que lhe lambe as casas, e as leva vez por outra.

Picos!

Caldo e rescaldo de um processo cultural contínuo, a moldar-lhe o que se poderia definir, de modo muito particular, como o modus vivendi picoense.

Picos!

Idolatria de sua gente.

* * *

MAS...

... não é da cidade de Picos que desejamos falar. Muito embora sejamos - e para sempre estejamos - umbilicalmente a ela ligados, queremos falar de GERALHO, nossa terra, berço nosso de tenras e ternas lembranças, sofredouro de santas e inefáveis reminiscências...

Geralho é uma palavra sem registro em dicionário ou mapa. Geralho é, antes de tudo, uma abstração, sem existência concreta. Um lugar imaginário, dos sonhos de Mundico de Boronga... E que, agora, os fazemos nossos. É a nossa terra que nunca foi e jamais será, o que buscamos e já não encontramos.

Etimologicamente, pretende significar: Terra do alho, que gera alho. Mas, como já dissemos, não tem registro. Só existe no nosso ideal. E mesmo, agora, já não se cultiva o alho. Infelizmente. Não feudo, mas - de todos!

G e r a l h o !

Nossa Geralho, ficas ali, pertinho de Picos, 52 quilômetros a leste, subindo a BR-316, em demanda de Pernambuco. Ali, à margem esquerda do rio Riachão, valente afluente do Guaribas, que banha, e destrói vez por outra, a cidade de Picos.

Ficas ali, esquecida, no teu recanto de sal e sol, poeira e vento. Como diz o ditado, ali, "onde o vento faz a curva", o pesado tráfego da BR-316 a direto, porque és ponto terminal, 14 quilômetros afastada. Ali só vai - além dos teus filhos no seu ir-e-vir de viagens - quem tem negócio. Por isso, por esse infeliz traçado rodoviário, ficaste à margem do progresso. Do rápido progresso. Outra BR, a 020-Fortaleza-Brasília, também te deixa de lado, ando ao largo, embora te rasgue o ventre da mata a oeste, em sentido longitudinal.

Nada não, Geralho. Um dia vencerás, apesar de tudo.

Ficas ali, entre dois chapadões, como muito bem disse o nosso ilustre e imortal poeta Chico Miguel (1966): "Entre dois chapadões - Terra bendita / De alma mais pura do que a branca areia". Dois chapadões que vão descendo, descendo, inclinados, suavemente inclinados, lados direito e esquerdo em oposição, até que, à distância de obra de meia légua, começam os lajeiros. Arenosos aqui, de rochas sedimentares além. Aqui, alteia-se rochedo abrupto; além, fende-se em profundo grotão. Ali, um campestre, um socalco de montanha, onde imperam, espalhadas ao acaso, a pedra-de-fogo e a cabeça-de-jacaré, de permeio a uma flora leve de velame, xiquexique, touceiras de macambira de chapada e quipá. (Esta última dava uma frutinha gostosa! Antes de descascá-la, era preciso esfregá-la na areia com a planta do pé para retirar-lhe os finíssimos espinhos). Na beira dos talhados, a macambira de flecha, com que a meninada fazia alçapões e gaiolas para captura de canários, sofreus e outras aves canoras de nossa ainda rica fauna aviária.

São os tabuleiros, os quais, para mais nada se prestando, são iráveis celeiros de alimentação de rebanhos e mais rebanhos de ovinos e caprinos.

Vão descendo mais e mais, até atingir o cinturão verde de trapiás, juazeiros, jenipapeiros, muquéns, pajeús, ingazeiras, angicos (o branco e o preto) e as centenárias oiticicas. É o fundo do vale, por onde, no inverno, corre célere o Rio.

Sobre uma ribança de areia fina e frouxa, de forma arredondada, à feição de uma grande meia-lua, à margem esquerda do rio, planta-se: GERALHO.

Geralho!

Terra que Mundico de Boronga sugeriu asse a chamar-se Geralho, porque lá, alho é (era) vida!

Geralho!

Gente que vive do amanho da terra enfraquecida, a extrair com sangue o sustento, até quando, faltando o alento, nela tombe - exangue!

Geralho!

Mandioca, feijão e alho: tripé econômico de parcas rendas, mas de muito trabalho!

Geralho!

Terra onde "o pão nosso de cada dia" era feijão todo santo dia. Terra nossa - Terra minha -, onde a janta era um prato de coalhada, amarrada com farinha; ou um "fino" moca, com beiju de tapioca...

Geralho!

Nossa Geralho. Por que não nosso Geralho? - no masculino, macho como teus filhos? Por que, ao contrário, te fizemos mulher, te fizemos feminina? Não te fizemos feminina por acaso ou por engano. Foi proposital. Te chamamos de nossa porque és mulher; a mulher de todos os teus filhos. A amante, e a mãe. Mãe-Geralho. A Deusa da Agricultura, a Ceres bendita, a gera­triz - o útero que produz, e a todos alimenta.

GERALHO,

Terra minha, Terra nossa. Terra minha de sol, Terra minha de vento; gostosa areia branca de riacho, meu sal da infância, meu secreto vício. Do suor dos meus pais, do suor dos teus filhos - de mistura ao teu humo escuro e forte -, gostosíssimo sabor de sal.

Geralho,

Terra que eu comia com gosto, quando criança carente. Gostaria que fosses tu a comer a minha carne, dessa forma reincorporando-me ao teu barro forte, quando minha hora chegar. Quem sabe, assim, não possa eu renascer numa árvore, num arbusto, servir de adubo para a relva macia, ou até mesmo para a erva daninha de envolta à sepultura, quando o abandono e o esquecimento chegarem?!

Minha Geralho,

Geralho dos meus sonhos

Jenipapeiro real da minha doce infância,

ou Francisco Santos (que feudo não sejas!,)

mesmo de longe (digam de mim o que disserem):

e u t e a m o !

Sou um ser telúrico.

Nessa crônica-poema, feita pouco depois da elevação de Jenipapeiro à condição de cidade, pudemos expressar todo o nosso amor à terra.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010 2k526x

Forum de Francisco Santos após uma grandiosa reforma. O Forum havia sido contruído em 1985. 222h4u










terça-feira, 7 de setembro de 2010 2c5x3t

Desfile de 7 de Setembro em Francisco Santos - PI 5t6w

O desfile deste ano, foi realizado pela parte da tarde, porque os nossos instrumentos, a nossa tradicional fanfarra, estavam muito deteriorados, então a supervisora de ensino consegiu junto a Picos trazer a sua para tocar aqui, mas só poderia pela tarde, após o desfile de Picos.

O desfile teve como tema, Francisco Santos 50 Anos, pois neste ano comemoramos 50 anos de emancipação, e consegiu resgatar muito da nossa historia, nossa cultura, nossa arte e todos nós assistimos maravilhados com a beleza de nossa historia.



ASSISTA O VIDEO E MATE SUA SAUDADE DA NOSSA TERRA E DO NOSSO DESFILE:

sexta-feira, 3 de setembro de 2010 4gw5s

2 Sonetos do nosso amigo e colaborador João Bosco, sobre a nossa indepêndencia 4b4p6i


O 7 DE SETEMBRO

(Versão escolar)

A data que hoje marca o calendário

é o dia 7 de Setembro – histórico!

em que gritou Dom Pedro, refratário:

“Independência ou morte!” – categórico.

Todo o Brasil de amor civil pletórico,

imediatamente solidário,

agradeceu ao Imperador, eufórico,

ovacionando o Herói ardente e vário!

A data cívica que se festeja

hoje, tem um valor imperecível:

a Liberdade desse povo ordeiro.

A Bandeira hasteada que paneja,

amada deve ser quanto possível

por todo aquele que for brasileiro!

Teresina-PI, 07.09.63

OH, 7 DE SETEMBRO!

(Visão crítica)

Oh, 7 de setembro – marco histórico,

tido e havido como libertário,

já não és mais que símbolo retórico,

inserido no pátrio calendário.

O brado do bufão visionário:

“Independência ou morte!” – categórico,

hoje quase virou anedotário,

e o amor febril apenas alegórico.

Liberdade? Falácia, enganação:

apenas o mentor da exploração

já não é o vovozinho Portugal.

Governanças servis fizeram a cama,

e hoje quem dita as regras da derrama

é o poderoso irmão continental.

Teresina-PI., 27.06.99


segunda-feira, 30 de agosto de 2010 bv3s

Quase! Um homem com problemas mentais entra na UEML e ataca alunos 5f6031

Um homem com problemas mentais conhecido por ninildo e tambem por nescau, invadiu a Unidade Escolar Monteiro Lobato com um facão e aferiu varios golpes em alguns dos alunos que brincavam no patio da escola. Dizem as testemunhas que alguns alunos momentos antes aviam o apelidade de Nescau, onde o homem tem muita raiva de chamado assim. Três alunas foram atingidas, uma delas nos dedos foi atingida antes dele pegar o facão por uma pedra e foi encaminhada para Picos, a outra foi atingida pelo facão mais pegou alguns pontos e foi liberada e a terceira foi atingida no pulso e precisou ser levada para Picos. Uma das professoras que está grávida foi levada para hospital pois ficou muito nervosa.

domingo, 29 de agosto de 2010 l3du

O blog de Framcisco Santos agradece as doações 466g6p


O blog de Francisco Santos - PI, fica muito feliz por saber que alguns dos nossos conterrâneos e moradores, tambem se preocupa com o social, com os moveimentos culturais, e ainda são cheios de esperanças com a melhoria da cultura de nossa cidade, com a busca dos nossos valores, com preocupação de deixar registrado a nossa historia na memoria do nosso povo. É com muita alegria e satisfação que saúdo, uma doação que fizeram, que no anonimato não posso engrandecer o nome do mesmo, mas que essa pessoa esteja sabendo que fez e fará muito por o blog e por nós Franciscossantesses apaixonados pela nossa historia e pelo nosso povo. Venho agradecer tambem a alguns que foram alem e adquiriram o carnê "Amigos do Blog" para fazerem as suas doações mensais ao Blog de Francisco Santos, que são: Onsí de Moura, Gilsonei Sales, Rodrigo Leonel e Gilsandro Sales, que eles saibam que essas doações seram tranformadas no contínuo crescimento do blog e que eles são uma grande parte deste crescimento, a vocês os meus mais cinceros e estimados aplausos(de pé).

MUITO OBRIGADO.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010 c6w15

Fotos de ou em Francisco Santos - PI 1i6l1p

7ª Foto Antiga:


Casa Velha de João Mariano da Silva, vulgo Loura, onde nasceu o poeta e escritor João Bosco da Silva. A foto da casa é de 1982, mas ela foi construída em 1937/38. Hoje, já nem os torrões existem. Portanto a foto tem 28 anos de idade

segunda-feira, 16 de agosto de 2010 271l1s

Francisco Santos ganha por WO 6y3p

O jogo que estava marcado para domingo dia 15 de agosto de 2010 não ocorreu pois a seleção de São Luiz do Piauí, não compareceu ao Batistão, campo da nossa cidade onde aconteceria o jogo, com isso a nossa seleçao subiu para seis pontos na tabela de classificação.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010 43706i

VI Copa Piauiense de Fultebol Amador, Francisco Santos joga dia 15 em casa contra a seleção de São Luiz do Piauí 6g4r4u

14/ agosto- MASSAPÊ X PICOS
15/agosto- FRANCISCO SANTOS X SÃO LUIZ DO PIAUÍ
DELEGADO: MONTE (FONE: 9406-7662)


Classificação dos Grupos 7 a 12


quarta-feira, 11 de agosto de 2010 38d51

DÔE PARA O BLOG DE FRANCISCO SANTOS - PI 605j1e


Você que mora, é conterrâneo, ou gosta da nossa cidade, e é leitor e gosta do nosso blog, faça a sua doação mensal, para que este espaço de cultura, lazer, entretenimento, e de saber, para todos nós franciscossantensses de alma e coração, não acabe jamais. O nosso blog não tem patrocínios e nem incentivos do poder público então cabe a nós cuidar para que ele continue sempre nos informando e enriquecendo-nos culturalmente. Você pode doar e não precisa se identificar mas se preferir se identificar receberá os agradecimentos através do blog. Você pode doar a qualquer momento.


Para você que deseja fazer este compromisso com o nosso blog de Francisco Santos poderá doar através de deposito bancário na CONTA CORRENTE/POUPANÇA 595032-5 AGÊNCIA 937-7 BANCO BRADESCO, ANTONIO JOSÉ DE SOUSA. E também você que deseja fazer a doação pessoalmente é só me procurar em Francisco Santos - PI


DESDE JÁ AGRADECEMOS A COLABORAÇÃO DE TODOS

segunda-feira, 9 de agosto de 2010 6g431u

Fotos Antigas de ou em Francisco Santos - PI 4t6mj

5ª e 6ª Fotos Antigas





As fotos de Maria Daluz Rodrigues e João Franco Rodrigues ela nascida dia 30/11/1929 e ele nascido em 09/12/1917, foram tiradas respectivamente em 03/11/1946 e 08/11/1946, dias antes dos dois se casarem, ela com 17 anos e ele com 30 anos de idade. As respectivas fotos têm 64 anos de idade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010 4n2k12

Poetas e Escritores de Francisco Santos - PI i322p

5º Homenageado: João Bosco da Silva





Obras de João Bosco

HINO DA CIDADE DE

FRANCISCO SANTOS

Letra: João Bosco da Silva

Música: Aurélio Melo

I

Francisco Santos - Terra singular.

Raça, religião, inteligência:

Atributos normais da descendência

Da epopéia baiana nestas plagas.

II

Somos um povo forte e pertinaz,

Ardente, sensual, viril, prolífico,

Religioso, crédulo, pacífico,

Mui versátil nas artes mercantis.

ESTRIBILHO

Quem sabe ao forasteiro não pareças

Assim possuidor de tais encantos,

Porém te vejo assim, Francisco Santos,

Porque nos olhos tenho o coração!!!

III

Hospitaleiro, bom e generoso,

Anônimos heróis fazem da luta

Um ideal de amor à terra bruta:

Sangue, suor e sal da própria vida!

IV

Tens rio, vales, matas, serras, terras

Cuja fertilidade se avizinha

Daquilo que na carta diz Caminha:

"Terra em que, se plantando, tudo dá".

ESTRIBILHO

V

Folguedos, tradições religiosas,

O novenário, o culto a Maria,

Todas as gerações da endogamia:

Rescaldo cultural de nossa gente.

VI

Agreste, encantador torrão natal,

Quase um traço no mapa do Brasil,

Por seres no abc somente um til,

O nosso "amor febril" de faz maior!

Francisco Santos-Pi., 27 de junho de 1985


AS FLORES 7136m

Têm uma enigmática linguagem,

também misterioso crescimento,

vivem libertas na camaradagem,

virgens dos bosques se embalando ao vento!

Têm uma vida breve, de um momento:

dir-se-ia uma efêmera agem.

Simbolizando qualquer sentimento,

representam a mais perfeita imagem.

Ornamento ideal pra qualquer fim,

elas vicejam, lindas, no jardim,

e a sua distinção é merecida.

Tal como diz Bilac em seu poema,

elas encerram divinal emblema,

ornando a morte e ao mesmo tempo a vida.

Teresina-PI; 27.02.68

O BEM-AMADO 5u165x

Adora o elogio: honesto ou cego,

pouco importa. O importante é ser tratado

com muita distinção, com muito agrado:

satisfaz as carências de seu ego.

Enquanto seus terrores exorciza,

na solidão tremenda que o perturba,

buscando o aplauso frívolo da turba,

cheio de si – feliz! – se realiza.

Auto-suficiente, traz consigo

o compulsivo e mórbido desejo

de consideração e de respeito.

Quem não joga em seu time é inimigo:

pois só ouve a lisonja dos sem pejo,

que na bajulação têm prato feito.

Teresina-PI; 14.01.91

BIOGRAFIA DE JOÃO BOSCO DA SILVA

Nasci no dia 9 de novembro de 1944, no lugar por nós chamado “Alto do Trapiá”, um quilômetro afastado da cidade de Francisco Santos. Sou o último filho do casal João Mariano da Silva, vulgo Loura, e de Maria da Silva Rosa, mais conhecida como Sarica. Tive “ramo” aos 40 dias de nascido, doença infantil que se pode definir como estupor, paralisia. Dizia-se que a criança acometida dessa patologia, se não morria, ficava aleijado ou doida. Bem, não morri, tampouco fiquei aleijado ou doido, embora meu pai sempre dissesse: “Meu Bosco ficou apenas meio levado”. Cada um dê a esse levado a interpretação que quiser. Dos 15 partos de minha mãe, 11 rebentos chegaram à idade adulta, dos quais restamos vivos Benigna (Céu), Geralda, José (Zé de Loura), Camila e eu. Os falecidos são: Maria (mãe de Lista), Manoel (Mané Loura), Teresa, Mariano, Francisco (Bió) e Francisca (Sança).




Dentre todos eles, apenas Mariano, Geralda, Camila e eu recebemos educação formal. Os demais receberam apenas aquela instrução básica que os deixava pouco acima do analfabetismo: ler com certa dificuldade, escrever uma carta idem, somar e contar. Mariano, além de uma bolsa da chamada Obra das Vocações Sacerdotais, programa bancado pela Igreja católica, recebeu a generosa ajuda da comunidade para que pudesse chegar à ordenação sacerdotal. Eu, Geralda e Camila estudamos sob os auspícios financeiros desse querido irmão que já nos deixou. Meu pai era pobre e não podia bancar estudo de filho em outra cidade.



João Mariano! Para mim, figura ímpar: foi pai, mãe, protetor. Viúvo aos 49 anos, não se casou mais. Dizia ele: "Até que poderia achar uma mulher muito boa para mim; mas seria boa para meus 11 filhos e mais 3 netos?" Os netros eram Lista, Lourdes e Joana (de Pedoca, que foram morar lá em casa após a morte da mãe, 01.01.45). Qual é o pai que não é herói para o filho? De minha mãe não posso falar: fiquei órfão aos dez meses de vida. Minha segunda mãe foi Geralda, a quem, carinhosamente, chamo “Mãe Baixa”. Ela, com apenas 8 anos (um tico de gente, segundo ela mesma), uma criança cuidando de outra.



Educação. Minha primeira professora foi Maria de Izac, esposa de José Hosternes, ambos falecidos. Depois vieram: Teresinha de Chico de Franco (hoje irmã Joana D´Arc), Miguel Guarany (pai de Chico Miguel) e Mundico de Boronga. Levado para estudar em Jaicós, em 1956, fiz o exame de issão (que nesse tempo equivalia a um vestibular) em dezembro de 1957. De 1958 a 1961 fiz o ginásio no Ginásio Padre Marcos, em Jaicós. Acho, acho não, tenho certeza de que foi ali que construí todo meu embasamento educacional. Vim para Teresina, em 1962, onde fiz o Curso Clássico. Em 1970 fiz vestibular para o curso de História, na UFPI, ficando a três matérias para concluí-lo. Isso porque havia uma disciplina, pré-requisito de duas outras, só oferecida das 8 às 10 da manhã. Nesse horário eu estava no caixa do banco, serviço pelo qual recebia um adicional equivalente a 40% do meu salário. Eu já tinha 5 filhos, todos em escola particular. O banco não me liberou por 4 meses, para pagar a disciplina pré-requisito. A opção do chefe maior, em Fortaleza, foi: “Se o senhor quer ser doutor, peça dispensa da comissão”. Eu não podia dispensar 40% do salário. Ponto final! O curso foi jubilado. E depois não tive mais ânimo para voltar aos bancos escolares.



Disso restou-me apenas a obsessão por livro e, naturalmente, pela leitura. Amigos que me leiam! Para decepção de alguns, aviso que não tenho nenhuma formação acadêmica. Um “amigo” chegou a me dizer o seguinte: “Seu romance Pensão Cassilda é um primor. Pena que você não tenha um título acadêmico para legitimá-lo como ótimo escritor”. Tentei argumentar, citando Machado de Assis, que só tinha o primário, ao que ele respondeu: “Machado de Assis é um caso à parte”. Assim, leitores, sou o que se chama “autodidata”. Cito o caso como ilustração; mas afirmo, com todas as letras, que a falta de um título não me frustra absolutamente em nada. Sei me reconhecer modestamente escritor. A avaliação fica por conta do leitor.



Profissionalmente. Funcionário do Banco do Nordeste, de 1966 a 1993. Foi um aprendizado muito bom; no banco aprendi a ser honesto, correto, responsável, pontual. Ótimas lições de vida colhi naquela casa de que ainda hoje sinto saudade.



Estado civil. Casado com d. Sônia Maria Melo Silva, desde 27.02.1965. Temos de nossa duradoura e feliz união cinco filhos, dos quais nos orgulhamos. Basta dizer que, graças a Deus, nenhum deles nem ao menos fuma. A não ser, é claro, aquilo que se diz “beber socialmente”, outros vícios am longe deles.



Os filhos. Adília Sarica (homenagem às duas avós), é casada com José Carlito, pais de Arthur e Gabriela. Ela é formada em Engenharia Química e Direito. Funcionária da Justiça Federal - Fortaleza, é, atualmente, chefe de gabinete de seu juiz. O marido é Engenheiro Químico há 19 anos e agora está cursando Direito. Martha Rejane. Formada em Agronomia, Direito e Licenciatura Plena em Biologia. Funcionária da Justiça Federal – Fort-Ce, atualmente é chefe de gabinete do juiz da vara onde trabalha. Casada com Ronaldo, também ele funcionário da Justiça Federal, em Fortaleza. Formado em Letras, faz Engenharia Eletroeletrônica. Não têm filhos. Henrique Flávio. Formado em Letras, Jornalismo e Direito, hoje é Diretor Geral do IFPI Uruçuí-PI. Casado com Maria Isneide, formada em Pedagogia. Têm Caroline como filha única. Sônia Mara. Formada em Direito. Trabalha na Justiça Federal, em Teresina, sendo chefe de gabinete do juiz da 3ª. Vara. Casada com Carlos Olívio, formado em Direito, Procurador da Prefeitura de Teresina. Já tem Fernanda e está em véspera de nos dar a 7ª. neta. Nadja Marcela, formada em Informática; trabalha no TRE-PI. Casada com Marcelo Santiago, formado em Engenharia Civil e Direito. Fiscal da DRT. Renunciou ao cargo de Juiz do Trabalho, na 1ª. Região, para poder ficar em Teresina. Têm os filhos André e Juliana.



FAZER LITERÁRIO. A leitura tem sido, ao longo de minha vida, o hobby mais constante e prazeroso. Daí a pretensão a escritor. Já tenho três livros publicados e outro premiado desde 2006, que o Sr. Governador Wellington Dias, de quem fui seu primeiro chefe quando ele estagiou no BNB, não se dignou de mandar publicar. O concurso literário foi promovido pela Fundac - Fundação Cultural do Estado, contemplando 15 categorias. Na minha, que foi Romance, fui classificado em 1º. Lugar. Eu – e meus amigos laureados – ainda estamos no aguardo desta publicação. Tenho também o hino da cidade de Francisco Santos, composto em 1985, a pedido da então prefeita Carleusa. Tenho ainda romances inéditos como ASSIM NA TERRA COMO NO SONHO; O SANTO PÁROCO ENTRE ASPAS, DE PÉ-COXÓ, A GAIOLA DO "OURO", o premiado, mas não editado O SACERDOTE DE HIPÓCRATES, além de sonetos, poemas e cordéis, todos esperando oportunidade de vir a lume.



Meus livros não são muito conhecidos. Eu também não sou “badalado” como escritor. Em primeiro lugar, porque sou profundamente tímido e, segundo alguns, modesto demais. Outra razão é não fazer parte de “inhas” ou grupos, embora tenha exercido a função de Conselheiro Editorial da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, de 1994 a 2000 e, novamente, a partir de 2009.



Alimentei, durante muito tempo, até com certo ardor, a pretensão a violonista ou a, pelo menos, arranhar-lhe as cordas. Mas não deu. Sou apaixonado por música. Tive, e ainda tenho, tendências à boemia. Inclusive, andei me ensaiando como cantor. Mas a minha voz, anasalada (fanhosa) e pouca, não me permite executar arte tão humana e bela – cantar!



Não quero me considerar plenamente realizado. Quando o homem não tem mais sonhos, seu estro fenece. Não obstante, sou plenamente feliz. Amo minha mulher e meus filhos, meus amigos, parentes e – embora muitos contestem – minha Terra. Assim mesmo: escrita com Maiúscula. Se a ela só pude oferecer “um espritado”, é porque mais não me foi possível.



Me reafirmo como um ser telúrico!

terça-feira, 27 de julho de 2010 n3515

Homenagem ao Conterrâneo 5f733c

8º Homenageado: Deusdédite de Sales Rocha


BIOGRAFIA

Deusdédite de Sales Rocha, filho de Francisco Rodrigues de Sales (Chodó) e Izaura da Rocha Sales, nasceu em Francisco Santos – Pi no dia 19 de agosto de 1931. Tendo pai agricultor e comerciante e vivendo boa parte da sua vida juvenil nas fazendas do seu pai em Santo Antônio de Lisboa e em Francisco Santos, desenvolveu, de imediato, um grande amor pelo campo, se destacando, na juventude, como grande vaqueiro da região. O interesse pelo comércio, atividade pela qual ficou conhecido profissionalmente, só veio aparecer posteriormente, após o seu casamento.

Sendo o único filho homem do casal, entre seis filhas, e possuidor de muita sabedoria, capacidade de liderança e de um espírito protetor tornou-se o chefe da família, cuidando e protegendo seus pais e suas irmãs: Rosa, Terezinha (Tetê), Leopoldina (Leó), Alzira, Maria Eremita (Bibi) e Lenite (Lela). Estas sempre o tiveram como pai, buscando nele os conselhos que necessitavam e acatando suas opiniões sobre as coisas da vida. Aos poucos, a função de chefe de família foi-se estendendo também em relação aos seus sobrinhos, pois estes eram, também, por ele zelados protegidos e seguidores de suas lições de vida. Contudo, esta função se consolidou mais firmemente com a formação da sua própria família, através do seu casamento com Nemésia Cipriano da Rocha, com quem teve filhos, netos, bisnetos, sogros, genro e noras e para quem foi o líder maior. Qualquer decisão tomada por algum membro da família era primeiramente comunicada e apreciada por ele. Qualquer problema surgido era por ele resolvido.

Deusdédite casou-se com Nemésia no dia 14 de dezembro de 1950, vivendo com ela até o dia do seu falecimento. Nos cinco primeiros anos de casado Deusdédite residiu em Santo Antônio de Lisboa, trabalhando no campo. No ano de 1956 foi para Francisco Santos, exercendo a função de comerciante. Em 1968 mudou-se definitivamente para Picos, estabelecendo-se nesta cidade como comerciante de produtos alimentícios e utensílios domésticos.

Apesar de ter-se firmado profissionalmente como comerciante, sempre foi um homem de muita sabedoria, amante da cultura e grande incentivador dos estudos na família, não apenas com palavras e orientações, mas sobretudo com gestos de apoio, dando estudos a todos os seus filhos, ajudando na educação de seus netos e abrigando em sua residência muitos parentes que moravam distantes e que precisavam estudar em Picos. Os estudos para ele tinham um valor inexorável. Lembro-me bem das cobranças que fazia aos seus filhos para estudarem e do orgulho com que falava daqueles que tinham se formado ou ado em algum concurso público.

Foi também um grande irador da poesia e da literatura de cordel, tendo o seu pai Chodó como principal ídolo, não apenas da poesia como também da vida. Apreciador da boa música, ouvia canções de Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Orlando Dias, Vicente Celestino, Ângela Maria, Núbia Lafaiete, Clara Nunes, entre outros, além de ter sido um assíduo ouvinte da Rádio Globo, mantendo-se informado sobre as questões econômicas, políticas e sociais da realidade.

Do seu matrimônio com Nemésia, teve 8 filhos: Leticia, Alaide, Vilson, Arlindo, Ivan, Gilvan (In Memoriam), Edvan e Erivan, a quem dedicou a sua vida, educou de forma rígida e ensinou princípios éticos como respeito, amor, honestidade responsabilidade e senso de justiça. Do casamento de seus filhos, teve 8 netos: Cleânia, Clevânia, Deusdédite Jorge, Ronney, Ricardo, Lucas, Luana e Luanda, que criou como filhos seus, estando sempre presente em suas vidas, principalmente nas horas mais difíceis e necessitadas e participando da sua educação. Teve, ainda, três bisnetos: Giovana Leticia, Maria Luísa e Leno Samuel, com quem brincou apaixonadamente e a quem deu bastante carinho durante o convívio. Seus bisnetos constituíram a razão maior da sua vida nos últimos anos e foram o tema central das suas conversas cotidianas e preocupações.

Deusdédite se destacou como homem forte, honesto, de princípios, que dedicou sua vida à família (não se restringindo a esposa e filhos, mas abarcando todos os parentes), ao trabalho (exercendo a função de comerciante com muita honestidade e ética) e a ajudar ao próximo.

Amigo, sempre pronto a auxiliar não apenas seus familiares, mas todos aqueles que o procuravam, exerceu, como o seu pai Chodó, a função de conciliador. Com muita sabedoria ajudava as pessoas na resolução de questões de natureza diversa, dando conselhos sensatos, colaborando financeiramente, dando apoio moral e tudo mais que se fizesse necessário.

Foi um homem sem vícios e luxúria. Seus eios se resumiam ao trajeto de bicicleta casa-comércio-casa, às visitas aos seus pais nos domingos em Francisco Santos ou a algum parente e amigo quando estava doente ou necessitado.

Viveu com simplicidade e sem luxo, mas não deixou nada faltar aos seus familiares, amigos e conhecidos. Era desprendido dos bens materiais, valorizava a amizade, o respeito e a honestidade. Durante toda a sua vida nunca comprou nada financiado, nunca contraiu uma dívida nem deixou de vender algo a alguém que necessitava e não pudesse pagar.

Foi um homem rígido, de cara dura, fechada, mas de coração mole... um homem sério, que não gostava muito de brincadeiras, mas amoroso e de uma conversa agradável. Não era um homem de palavras doces, mas de ações doces, firmes e dignas. Razões que o tornaram temido algumas vezes, mal compreendido outras, mas muito irado e respeitado por todas as pessoas que o conheceram e amado por todos aqueles com quem conviveu.

Faleceu aos setenta e oito anos, no dia 29 de junho de 2010, na sua residência em Picos-Pi. Doente há algum tempo e consciente de que a sua partida para a outra vida estava se aproximando, preparou-a, não deixando nenhuma pendência, nenhuma situação a resolver, para “não dar trabalho”, como ele mesmo dizia, planejando e definindo inclusive a respeito de seu futuro funeral e sepultamento.

Foi, sem dúvida, um homem de uma fortaleza irável. Fez-se forte na vida e na morte. Um homem sábio, digno, que cumpria a palavra dada, que cuidou da sua família e foi firme até seus últimos dias de vida. Um homem que pelos conselhos, zelo e proteção dados e pela preocupação com o bem estar da sua família e dos seus amigos se tornou um filho-pai, um irmão-pai; um esposo-pai, um pai de todas as horas para seus filhos; um avô-pai, um bisavô-pai, um sogro-pai, um cunhado-pai, um tio- pai, um amigo-pai...

O pai de todos e um doutor da vida!

Esse homem é o meu “papaidete”, a quem devo muito do que sou, a quem iro e amo tanto e a quem vou ser eternamente grata.

(Biografia escrita pela sua neta Cleânia de Sales Silva)